O casamento, o passarinho e o churrasco







A mídia centraliza o casamento real do príncipe William e da plebéia Kate. No entanto, há outro casal extremamente nobre que pode ser observado em diferentes locais. Refiro-me a um casal de passarinhos. João e a Joana de Barro.
Conta-se que este animal se acasala com uma só fêmea. Constrói sua casinha com todo o cuidado e esforço, levando em conta o local e a direção do vento dominante. Na exclusividade do relacionamento do João de Barro temos um grande aprendizado. Aprendemos que a grande arte do homem não é conquistar todos dias uma nova mulher, mas sim conquistar a mesma mulher todos os dias.
Conta-se que um menino capturou um João de barro com um alçapão (arapuca). Colocou-o em um viveiro. O Passarinho logo começou a debater-se na tela procurando voltar para o ninho. A fêmea logo apareceu e também voava contra grade para aproximar-se do seu amor. No outro dia os dois passarinhos estavam mortos, um de cada lado da tela. Morreram tentando aproximar-se um do outro.
Deixando o lado mórbido de lado, aprendemos sobre o aproximar-se, sobre o “procurar” e sobre o encontrar-se no outro. Relacionamentos são destruídos quando cada um procura os seus interesses.
Foi Deus quem instituiu o casamento. Certamente nele está uma escola de ternura, um convívio para alegria. Pois tudo o que Deus faz é bom!
Conta-se que um nordestino foi experimentar o famoso churrasco gaúcho. Porém os assadores se esqueceram de salgar a carne. O nordestino experimentou e achou terrível! Voltou para sua terra afirmando que o churrasco gaúcho não presta!
O churrasco levou a culpa, os assadores sairam ilesos. Enganamo-nos quando desprezamos o casamento, quando o julgamos e condenamos a partir de pessoas que desprezam o tempero do verdadeiro amor. O Amor procura, compreende, defende, exorta, consola e serve de suporte e constante fundamento.
Jesus é a revelação perfeita do amor. Na Bíblia, Cristo é descrito como o Noivo da sua amada Igreja. Pela sua noiva, Jesus deu sua vida! Fez isso para derrubar a grade do egoísmo e revelar o tempero que deixa toda refeição saborosa. Que esse tempero acompanhe o famoso casal britânico e todos os anônimos decidem sempre voar em direção ao seu cônjuge.
 Pastor Ismar L. Pinz

O mesmo Jesus



No artigo “Outro Jesus”,  Luis F. Verissimo acusa a Igreja de nunca ter explicado nestes 2 mil anos a resignação de Cristo na cruz: “Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste”. Um engano do escritor. Acertou ao dizer que a “perplexidade de Jesus na cruz é o que mais o aproxima de nós”, quase respondendo o que espera da teologia cristã. Afinal, Jesus é o Emanuel – o “Deus com a gente”, que sentiu fome, dor, agonia, tristeza. E abandono.

Quando um ser mortal tenta entender ou explicar o Deus-Homem que morre no Gólgota, acontece aquilo que diz a Escritura: “Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles”. E por simples razão: “A mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura” (1 Coríntios 1.21 e 18). Aqueles que colocaram Cristo dentro de seu miolo cinzento, ou fizeram dele apenas um homem, ou apenas um Deus.

O apóstolo João, mesmo não entendendo, escreve que viu a revelação da natureza divina de Jesus – a Palavra que se tornou um ser humano (João 1.14). E adverte na epístola que, quem nega que Jesus Cristo é Deus e homem, não tem o Espírito de Deus e é inimigo de Cristo (1 João 4.3). Era uma resposta ao gnosticismo que invadia a igreja primitiva com idéias sobre um Jesus divino apenas vestido com um corpo, isto é, com aparência humana, e sem o sofrimento físico na cruz. Por isto as palavras do Credo Apostólico “padeceu sob Pôncio Pilatos” e do Atanasiano “É, portanto, fé verdadeira, que creiamos e confessemos que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo é tanto Deus como homem”.

Mas Verissimo tem razão. O terrível lamento de Jesus na cruz, abandonado por Deus, continuará ecoando sem a resposta que deseja. Paulo já tinha admitido: “Evidentemente, grande é o mistério da nossa religião: Ele se tornou um ser humano” (1 Timóteo 3.16). Existe, no entanto, outra história. Vem do Domingo da Páscoa. E que também não tem muita explicação. Porque, se Cristo não foi ressuscitado, a fé é uma ilusão, e continuamos perdidos nos nossos pecados (...) Mas a verdade é que... (1 Coríntios 15.17,20).
  
Marcos Schmidt - pastor luteran

Sexta-Feira Santa

 

Caminho correto!

Mensagem de Esperança

Hoje em dia muitas pessoas não querem saber de Deus. Preferem as filosofias de vida, dão atenção às seitas ou religiões onde cada um paga os seus próprios pecados e recebe premiações pelo seu esforço pessoal. A Palavra de Deus, entretanto, é explícita ao afirmar que existe apenas um caminho para o ser humano: Cristo, que nos conduz ao Pai, à vida eterna no céu.
Oremos: Pai Celestial, dá-me sabedoria para discernir o certo do errado. Mostra-me o caminho que devo seguir e dá-me ânimo e alegria de ler a tua Santa Palavra. Em nome de Jesus eu te peço. Amém. “O Senhor lhe disse: Não tenha medo. eu o protegerei de todo perigo” (Gn 15.1)

Deus contra a parede

“Como pode Deus permitir isso?” Uma pergunta que faz sentido quando se crê que tudo está sob o comando divino. Mas extremamente difícil de entender se o amor de Deus também é objeto de fé. Tragédias como esta em Realengo, junto com os dramas globais e diários destacados nos jornais, além dos próprios sofrimentos, provocam divórcio entre o amor e o poder do alto. Processo que se transforma em conflito espiritual na vida de qualquer criatura com alma e corpo. E que, se não for devidamente tratado, fabrica uma mente doentia – que num desatino, invoca Deus para puxar o gatilho e matar.


Se a desculpa é o bullying, vale lembrar que ninguém escapa de humilhações na escola da vida. Sistematicamente somos agredidos, intimidados, perseguidos, por problemas, doenças, luto, dor, tragédias, sofrimento. O desafio é não revidar, nem contra Deus, nem contra o próximo.


No entanto, não consigo imaginar um pai, uma mãe que perde a filha com um tiro na cabeça, conformar-se. Nem as melhores amigas de Jesus aceitaram: “Se o senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido” (João 11.21). Nem Jesus, na extrema agonia da cruz, ficou calado: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?”. Calar-se é não questionar. E quando não há perguntas, não há respostas. A indignação é a primeira atitude na luta da fé.


E assim, neste “Como pode Deus permitir isso?” surgem algumas certezas, a partir das Sagradas Escrituras. Que nosso entendimento do divino é limitado: “Quem pode conhecer a mente do Senhor? Quem é capaz de lhe dar conselhos?” (Romanos 11.34). Que desabafar é melhor do que reprimir o sofrimento. Exemplos bíblicos não faltam – Jeremias e Jó, por exemplo. Outro resultado é a mundana idéia de justiça. Paulo já disse que a cruz é loucura para os que estão se perdendo (1 Coríntios 1.18). Mas, o maior resultado neste “Deus contra a parede” é que “os sofrimentos produzem a paciência, a paciência traz a aprovação de Deus, e essa aprovação cria a esperança. E essa esperança não nos deixa decepcionados” (Romanos 5.3-5). Então, contra a parede, Deus nos abre uma porta, Jesus.


Marcos Schmidt - pastor luterano

Razões pelas quais as pessoas não vão à igreja

ORAÇÃO NO TEMPO DE QUARESMA

(Oração para Quaresma que traduzida de "Brosamlein" do Dr. Carl Manthey Zorn (CPH 1909). Por Johannes  H. Gedrat)
Oração: Meus pecados, minhas maldições, minha condenação, meu pesar e tristeza, meus temores e incertezas, minha agonia eterna foram jogados sobre ti, meu Senhor Jesus, e tu carregaste tudo com paciência e determinação. Alegro-me com isto e te agradeço de todo o coração. Sim agora sou justo diante de Deus por tua causa. Deus me ama e me abençoa por causa do que tu fizeste por mim. Deus me consola e me dá a bem-aventurada vida eterna. Ó meu Salvador Jesus, concede-me o teu Espírito Santo para que agarre, receba e guarde com firmeza tudo o que Deus, por tua intermediação, me concede tão misericordiosamente. Amém.